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Estrela Poesia

A vida se faz caminhando,cada dia cada hora é único,mas sempre de mão dada com o amor

Estrela Poesia

A vida se faz caminhando,cada dia cada hora é único,mas sempre de mão dada com o amor

08.04.08

Existir

maripossa

Colher uma amora

o lume atear

Abrir um vinho pisado

fazer um barco navegar

Possuir um astro

e de espanto soltar

Um corpo ruivo ao redor

antes de poder gritar

Regina Cantante

Poesia Contemporânea

05.03.08

Seus Olhos

maripossa

Seus olhos - se eu sei pintar
O que os meus olhos cegou
Não tinham luz de brilhar.
Era chama de queimar;
E o fogo que a ateou
Vivaz, eterno, divino,
Como facho do Destino.

Divino, eterno! - e suave
Ao mesmo tempo: mas grave
E de tão fatal poder,
Que, num só momento que a vi,
Queimar toda alma senti...
Nem ficou mais de meu ser,
Senão a cinza em que ardi. 

 Almeida Garrett

 

29.02.08

Dor

maripossa

A mão se fecha
você se crispa
em dor.
Você se crispa
a dor se abre
em flor:

e você não sabe
na terceira pessoa do singular
porque realmente sofrer
essa dor plural.
 
Alvaro Pacheco

27.02.08

Flor Lume

maripossa
 
 
 
Não há nada
Amiga
Não há nada
Que me possa roubar sílabas
Semeadas
Do teu nome
 
Esta hora minuto
De cantar-te
Esta hora
 Desejo
De beijar-te
O ventre mais clandestino
Da vontade
 
Não há nada
Amiga
Que me possa ceifar esta longa giesta
De te amar
Esta verde flor lume
De chamar-te
         Liberdade
 
Álvaro de Oliveira
22.02.08

Coisa Amar

maripossa

Contar-te longamente as perigosas
coisas do mar. Contar-te o amor ardente
e as ilhas que só há no verbo amar.
Contar-te longamente longamente.

Amor ardente. Amor ardente. E mar.
Contar-te longamente as misteriosas
maravilhas do verbo navegar.
E mar. Amar: as coisas perigosas.

Contar-te longamente que já foi
num tempo doce coisa amar. E mar.
Contar-te longamente como doi

desembarcar nas ilhas misteriosas.
Contar-te o mar ardente e o verbo amar.
E longamente as coisas perigosas.

Manuel Alegre

16.02.08

O meu Olhar

maripossa

O meu olhar azul como o céu 
     É calmo como a água ao sol. 
     É assim, azul e calmo,
     Porque não interroga nem se espanta ...
     Se eu interrogasse e me espantasse
     Não nasciam flores novas nos prados
     Nem mudaria qualquer cousa no sol de modo a ele ficar mais belo...  


     (Mesmo se nascessem flores novas no prado
     E se o sol mudasse para mais belo, 
     Eu sentiria menos flores no prado 
     E achava mais feio o sol ...
     Porque tudo é como é e assim é que é, 
     E eu aceito, e nem agradeço,
     Para não parecer que penso nisso...)
 
Fernando Pessoa

02.02.08

O vento sopra lá fora.

maripossa

O vento sopra lá fora.
Faz-me mais sòzinho, e agora
Porque não choro, ele chora.
É um som abstracto e fundo. 
Vem do fim vago do mundo. 
Seu sentido é ser profundo. 

Diz-me que nada há em tudo. 
Que a virtude não é escudo 
E que o melhor é ser mudo.

 

Fernando Pessoa


 

29.01.08

Despertar

maripossa

É um pássaro,é uma rosa,

é o mar que me acorda?

Pássaro ou rora ou mar,

tudo é ardor,tudo é amor.

Acordar é ser rosa na rosa,

canto na ave,água no mar

Eugénio de Andrade

25.01.08

Paixão

maripossa

Com todas as rimas eu canto,
Oh homem do meu encanto
Tua boca que ri do meu pranto.


Dispo os véus de muitas cores,
Digo palavras de pecadores
Dou-te meu corpo sem pudores.


Sorvo teu hálito benfazejo
Num quente longo beijo
E tua mão aguça o desejo


De me perder em louca orgia,
Pois morro de tanta agonia
Se não estás presente todo dia.


A fome de ti me governa,
Sua ânsia apaga a lanterna
Que tenho à porta da taverna


Da minh’alma sedenta de prazer
Que, sem saber o que fazer,
Vaga no deserto de te querer.

Maria Hilda de J. Alão.


 


20.01.08

Lágrima

maripossa

Dos olhos me cais,

redonda formosura.

Quase fruto ou lua,

cais desamparada.

Regressas à água

mais pura do dia,

obscuro alimento

de altas açucenas.

Breve arquitectura

de melancolia.

Lágrima,apenas.

 

Eugenio de Andrade

 

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