Corpo Celeste
Um corpo quando se desfaz liberta pó
cinza de luz.
Eu encosto-me à tarde, contra a solidez
da terra. A melancolia arde
na palidez do corpo.
levantam-se do meu sono auroras.
Há fogos no céu que explodem
que se alimentam só do meu corpo.
Libertam-se anjos, focos brancos.
A terra leveda alada. Azeda.
Uma flor cresce entre as minhas vértebras
saudosa. Mergulha raízes
no Iodo do meu amor.
É uma estrela reabsorvida pelo céu
que se alimenta da minha morte.
Antonio Candido Franco